“É melhor morrer de vodca do que de tédio.” (Maiacovsky)
Sobrevivi, não heroicamente, aos anos do neoliberalismo, com
Sarney (pré-neoliberal), Collor, Itamar, mas, principalmente, com FHC, graças,
entre outras coisas, qual as amizades, a "vodka".
Não esquecer dos desprezíveis Fujimori e Menen, que hoje
estão condenados e presos por seus crimes, a exceção sempre é o Brasil.
Nunca acreditei que através de eleições pudêssemos ter
um governo minimamente popular, populista.
Mas vi o surgimento, na Venezuela, com grande alegria, do governo
do grande comandante Chávez. Quase morri de tristeza quando do golpe de 2002; e
de alegria com a inacreditável reviravolta do mesmo.
Tive nova onda de tristeza com a morte prematura do comandante,
mas a semente de sua luta frutifica e frutificará, sempre.
Votei em Lula em 2002, mas o seu primeiro ano de governo
foi decepcionante. A reforma da previdência foi um presente armado
por FHC e encampado por Lula para os banqueiros, a base de mentiras.
Posteriormente, apesar dos erros, foi um governo preocupado em
melhorar a condição de vida dos trabalhadores, e efetivar essas melhoras,
apesar de não romper em nada com os rentistas.
Apesar de tudo, e por tudo, foi o melhor governo da história deste
país, juntamente com os governos Vargas.
Hoje vivo uma enorme tristeza com o governo de Dilma-2.
Sofri, tive medo, me desesperei com as possíveis
vitórias de Marina e Aécio. Participei, como nunca, da campanha da
presidenta, tanto virtualmente como no corpo a corpo. Uma vitória apertada,
suada, que por ter sido assim, tinha um sabor mais apurado.
Mas o que vemos, uma presidente que não fala, que tem medo de se
expor, que covardemente não enfrenta as adversidades, que faz o
jogo da oposição golpista, totalmente diferente da Dilma Coração Valente
vendida nas eleições.
Sinto-me um idiota, traído, desesperanço com o quadro atual de
apatia de Dilma.
Depois de doze anos de governo trabalhista, sem uma única reforma
estrutural, sendo a principal delas a reforma da mídia, vemos ir pelo ralo as
nossas recentes conquistas em prol dos nossos irmãos mais necessitados.
A Petrobras sendo desmanchada para melhor ser vendida (doada) ao
mercado; o governo sendo emparedado; ninguém reage a altura, triste!
Hoje a poesia, os meus amigos e a "vodka" são os meus
mais fieis companheiros nestes dias de assombro diante de tanta passividade e
covardia.
Sob certos aspectos, Dilma manteve e até ampliou alguns dos programas do governo Lula. No Direito (área em que, apesar de não ser formado, trabalho como servidor administrativo) diz-se que quanto menos se fala, menos possibilidade de dizer algo errado ou que possa ser impugnado - daí a norma de que as leis, contratos e decisões judiciais devam, de praxe, conter só o essencial. Acho que cabe um pouco à militância se organizar e tentar fazer as mudanças acontecerem (a reforma que vc bem cita depende de um enorme apoio popular). É difícil ela defender posições mais radicais tendo que contar com apoio do PMDB pra tudo, ou não aprova nada nas casas legislativas. A militância tem que empurrar o governo (como Lula dizia) e mobilizar a população pra exigir as mudanças sociais necessárias. Os aliados mais à esquerda, infelizmente, também querem o fígado do PT e ocupar seu lugar. Até a bolsa-gestante pra poderem se deslocar de locais distantes foi vista como 'cadastro para conter natalidade'. O bolsa-família foi criticado de ambos os lados, a dívida pública (sem a qual não há gasto social) idem - ainda que hoje seja, em proporção ao PIB bem menor que nos anos FHC quando chegou a 56% do PIB. O fim do fator previdenciário, se continuarmos a pressionar, virá. Muita coisa que foi discutida no congresso do PT - trolado de maneira inédita pela direita mais reacionária em décadas - tende a essas mudanças e mesmo não tendo rompido com o PMDB e com os ajustes em tempos de crise mundial que afeta as exportações do Brasil, a discussão foi positiva a meu ver.
ResponderExcluirConcordo com tudo o que você diz, mas, eu acreditava que se podia fazer mais. Lula já teve popularidade para isso, mas reformas foram sendo adiadas – mídia, política, etc. - concessões foram sendo feitas, ausências foram sendo permitidas, como, p. ex., o não aparelhamento das instituições da República, resultado, Dirceu e Genoíno presos; Barbosa e Fux, ministro do STF, etc., tudo em nome da governabilidade, sempre com um limite ao centro. Hoje corremos o perigo de perdemos o pré-sal, é muito triste.
ResponderExcluirSou um péssimo analista político, minhas opiniões são guiadas mais pela emoção, espero estar errado, mas, hoje meu sentimento é de que perdemos grandes oportunidades, apesar dos avanços nas áreas sociais e de infraestrutura. Grande abraço!